PALMA DE MELO

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Biografia

Palma de Melo

Cândido Palma de Melo foi um arquiteto português e figura marcante do século XX (1922 - 2002) com a sua participação no projecto referente a construções algo controversas tais como o "Edifício Amarelo" da Rua Brancamp ou o "Edifício Manchester" na Rua Penha de França.

 

Licenciado em 1947 pela Escola de Belas Artes de Lisboa, foi no ano seguinte um participante ativo no 1º Congresso Nacional de Arquitetura, apresentando, juntamente com Conceição e Silva, uma comunicação sobre o ensino da Arquitetura em Portugal.

Este Congresso constitui-se como um Manifesto de reconquista da Liberdade de Expressão e Afirmação da Arquitetura Moderna.

Estudou na Casa Pia de Lisboa e, anos mais tarde viria a projetar o Estádio Pina Manique (de que fez parte da 1º direção), Estádio Municipal de Nelas, Estádio do Bonfim (Vitória de Setúbal), a Associação Casapiana de Solidariedade, o lar Augusto Poiares no Colégio de Pina Manique, assim como o Lar Casapiano e Centro de Dia da Associação Casapiana de Solidariedade.

Modernista convicto, nos anos 50 foi convidado pelo Gabinete de Estudos de Urbanização da Câmara de Lisboa, juntamente com Nuno Teotóneo Pereira, Sommer Ribeiro e Pedro Falcão e Cunha, a dar sentido arquitectónico a um terreno de experimentação totalmente novo.

Surgiram então, as construções dos Olivais Norte e Sul, aplicando-se assim em Portugal, o espírito Corbusiano da Carta de Atenas.

Mais tarde, nos anos 60, ao conceber o Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral de Lisboa (Centro Calouste Gulbenkian), inspirou-se num desenho simples mas funcional. Baseando-se num elemento poligonal sextavado que sugere favos de abelha, confere ao edifício a ideia de coesão, união e integração.

São também de sua autoria as Moradias na Costa da Caparica, as Gares do aeroporto de Lourenço Marques, da Beira em Moçambique, do Sal em Cabo Verde e a de Mormagão na Índia.

Pioneiro no estudo das Barreiras Arquitectónicas, contribuiu para o regulamento geral das Edificações Urbanas, criando as diretrizes que serviram para o atual decreto de Lei: 163/06, que tiveram origem no Dec. 43/82.

O seu percurso como arquiteto proporcionou-lhe fazer amizades com figuras marcantes nas Artes, na Cultura, nas Ciências e na Política tais como: Bento de Jesus Caraça, Manuel Mendes, Keil do Amaral, Teotóneo Pereira, Abel Manta, Rafael Botelho, Lopes Graça, José Gomes Ferreira, Cardoso Pires, Pires Martins, Jorge Chaves, Gandra, Martins Correia, Gil Teixeira Lopes, Matilde Marçal, Maria da Graça Andrada, Natália Correia, entre tantos outros.

A sua versatilidade como "artista plástico", possibilitou-lhe demarcar-se não só na área da arquitetura, como também na área do mobiliário. Mais concretamente na área da reabilitação, para amigos e familiares.

As suas peças são minimalistas e funcionais, o que as torna intemporais.

Para a posteridade fica uma obra interventiva, deliberadamentemodernista, ousada e inovadora.